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Dia 14 – Listvyanka – Ulan-Ude – 540 KM

What a day!!!!!!!!!!!!!

Indiscutivelmente o melhor dia da viagem em termos de paisagens, prazer de pilotagem e clima. Tudo simplesmente perfeito. O clima resolveu contribuir. Acordamos com um sol pra cada um no Baikal e conseguimos ver muito mais da beleza do lago e dos seus arredores do que no clima chuvoso de ontem. E que beleza. Faltam adjetivos pra traduzir a grandiosidade desse cartão postal Russo.

Deixamos Listvyanka por volta das 11h, depois de uma breve caminhada no bom e velho centro. Mas dessa vez, sem Omul (ainda sinto o cheiro da desgraça…) e sem Vodka. Dos 540 km de hoje, mais da metade foram percorridos margeando o Baikal, em paisagens de cair o queixo. E a monotonia das retas sem fim, que foram a tônica até aqui, foi substituída por curvas e mais curvas, percorrendo um cenário de montanhas e florestas que complementavam com perfeição o visual do lago. Nesse tipo de cenário, não tem como a mente não viajar. Aliás, essa é uma das “magias” das viagens de moto. Dentro do capacete, não tem pra onde correr. E em uma viagem mais longa como essa, o efeito terapêutico é incalculável. Nos primeiros dias, com o enrosco da moto quebrada, ficamos um tanto quanto envoltos na tensão de resolver os problemas e preocupados com a sequencia da viagem. Agora, que tudo corre como planejado, a mente já se permite descolar dos problemas do cotidiano. Embora estejamos sozinhos na moto, sempre estamos na companhia de alguém. Dos nossos fantasmas, dos medos que teimamos em deixar pra trás no dia a dia, das pessoas que amamos e que são importantes pra nós, dos nossos inimigos (quem não os tem????), dos nossos amigos e de todas aquelas pessoas com as quais, de alguma maneira, acabamos estabelecendo uma conexão que permite rever posturas, prioridades e forma como tais relacionamentos se desenrolam.

Também estamos na companhia dos nossos sonhos, tanto os realizados, quanto os por realizar. Estamos envoltos por uma miríade de sentimentos intensos, e em dias como hoje, em que a viseira embaça depois de uma ou duas choradas básicas, temos convicção de que todo e qualquer perrengue pra chegar até aqui, valeu a pena, e que faríamos tudo de novo e de novo, se preciso fosse. Ah, o motociclismo… poucas coisas são capazes de proporcionar tanto auto-conhecimento e paz interior, de forma tão intensa e em tão curto espaço de tempo.

Chegamos em Ulan-Ude no final da tarde, e nos deparamos com uma mudança brutal de cenário. Provavelmente pela proximidade com a Mongólia (estamos a cerca de 250 km da fronteira), essa região deve ter tido intensa colonização pela população daquele país. Esqueça a população loira de olhos azuis. Aqui predominam os olhos puxados dos “herdeiros” de Gengis Khan. A arquitetura possui traços marcantes orientais, com abundância de estátuas de animais (como ursos e tigres da sibéria) em pontes e monumentos.

E por hoje, chega de conversa porque se uma imagem vale mais do que mil palavras, nem que eu passasse o resto do ano de blábláblá aqui seria suficiente pra transcrever a beleza do que hoje vivemos e apreciamos. Portanto, às fotos! 🙂

7 comentários em “Dia 14 – Listvyanka – Ulan-Ude – 540 KM

    1. Alexandre, tem estrada boa, mais ou menos e horrível. E fomos parados uma vez apenas, fazendo uma ultrapassagem em faixa contínua. Sem stress… 😉

    2. Alexandre, tem estrada de tudo que é jeito. E fomos parados uma vez pela polícia apenas. Bem tranquilo. É só não fazer cagada… 😉

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